Enjoou da parceria??? Swing nela!!!

28/10/2008 11:16

O local é discreto e alto-astral, mas com certeza quem entra num bar ou boate swing nunca terá a noção do que se trata. Tudo seria muito normal, senão fosse a paquera que ocorre abertamente entre os casais. O universo swing cresce em todo o mundo e Salvador não é exceção - os amantes da vidinha de casado finalmente encontraram uma solução para a monotonia da monogamia.

Contudo, quem está achando que para entrar na brincadeira basta pegar o parceiro e cair na noite está muito enganado. Através de sua cartilha, a equipe do site SWINGPRIVE.COM faz questão de passar aos mais entusiasmados os 10 mandamentos da comunidade, explicando regras e recomendações para os iniciantes. Dentre elas, destaque para o uso da camisinha, o respeito às regras particulares de cada casal, a preparação psicológica para o seu contato físico com outras pessoas, e principalmente a preparação para ver o SEU parceiro (a) sendo acariciada ou mesmo em pleno ato sexual com outro indivíduo. O objetivo do swing é o redescobrimento do potencial sexual, a realização de fantasias e não provocar partilhas. O soteropolitano F.P. de 55 anos, proprietário da boate Atiradouro’s, conta que cenas de ciúmes já ocorreram, em sua maioria protagonizada por mulheres.

O empresário explica que o swing vai além da troca de casais, englobando também outras práticas sexuais e eróticas, como o exibicionismo, o voyeurismo e o sexo grupal. Para satisfazer tantos grupos, a maioria das casas especializadas conta com diversos tipos de quartos. Os dark-rooms, glory holes, labirintos de carícias e tatames fazem parte do arsenal da diversão da maioria das casas. 

 

Mercado

Mesmo com fama internacional de ser uma cidade que transpira sexualidade o mercado de boates e eventos de encontro não cresce no ritmo tão acelerado, se comparado com outras capitais, como São Paulo e Curitiba. F.P. aponta uma elevação no número de casais, dado que não se reflete diretamente no movimento da boate: “é evidente que as pessoas têm medo de se deparar com um colega de trabalho, ou um vizinho”. Moa, da SWINGBAHIA.COM, conta que outras casas já existiram, mas fecharam rapidamente. O sociólogo Gey Espinheira explica que ao contrário do que muito supõem, a sociedade baiana é extremamente ligada ao compromisso, sendo assim, não admite essa troca de casais, essa “traição consentida”, de uma maneira institucionalizada.

Contatos

A forma mais fácil e rápida de conseguir um encontro é pela internet, com suas milhares de salas de bate-papo, onde o contato é mais aberto, sem muitas inibições. O casal de São Paulo, Rita e Edson Dantas, de 32 e 35 anos, alertam que há o risco de algum espertinho tirar um sarro com sua cara, mas com certeza, se você procurar, tem muita gente a fim de fazer muitas artes entre quatro paredes. Como os praticantes deixam bem claro, a confiança é um dos pilares do swing, portanto, comece devagar nas salas, passe para algo mais particular como MSN, ICQ, troca de e-mail e fotos, troca de telefonemas, para depois partir para o corpo a corpo.

 

 O início

A traição, o ménage, as orgias, entre outras práticas sexuais, sempre estiveram presentes na história do homem. Quem nunca ouviu falar sobre as festas em homenagem a Baco, deus do vinho, oficializadas na Grécia em 605 a.C. e vulgarmente conhecidas como Bacanal. Vale lembrar que os historiadores defendem que muitos outros “bacanais” já existiam, contudo, os primórdios do swing são datados nos anos 50, nas comunidades formadas pelos pilotos da Força Aérea norte-americana. O pesquisador Terry Gould conta no livro “Um olhar sobre os rituais erótico dos swingers”, que devido às demoradas missões e a alta taxa de mortalidade, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, existia um acordo dos colegas cuidarem de suas esposas, tanto emocionalmente, quanto sexualmente. Ao final da Guerra da Coréia (1953), esses grupos que praticavam a “troca de casais” se mudaram do meio militar para os subúrbios, iniciando o swing moderno. A comunidade ganhou notoriedade e pouco antes da chegada dos anos 60, a Sexual Freedom League foi fundada na Califórnia, e como tudo que acontece por lá vira moda, de território norte-americano o swing ganhou o mundo.

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